PARA ONDE CAMINHAMOS NA ESTRADA DA VIDA?

Mateus 7; 13,  Salmo 84; 5                                                                    

O que eu queria perguntar hoje é: POR ONDE CAMINHAMOS.

Nós costumamos associar a vida a uma estrada. Há aquelas valas e buracos que toda hora nos aparece na estrada da vida. E é, sem dúvida alguma, que podemos, pensar que a vida se assemelha a uma estrada.

 A imagem de uma estrada é útil para entendermos a ideia do caminho. A estrada aponta numa direcção. Existe um caminho na estrada, mas não há uma estrada no caminho. Ou seja, a imagem de uma estrada mostra a direcção de algum lugar, que eu posso percorrer ou não.

Mas na nossa vida não existe essa opção, existe um caminho a percorrer, quer eu queira ou não.

No caminho de Deus que nós andamos, não existe uma estrada fixa, de modo algum.

Numa estrada real, fixa, não interessa como caminhamos, a estrada é a mesma. Podemos caminhar de maneira apressada, ou lenta, agitada, angustiada, calma, contemplativa, olhando em volta, a estrada é a mesma não muda...

No mundo espiritual, no entanto, não é assim, não existe absolutamente nenhum chão fixo, por isso é que o justo vive pela fé, pisa no chão da fé e sabe, sobretudo isto: o modo de caminhar e ver a estrada espiritualmente, muda quem caminha e muda a estrada.


A estrada, acerca da qual eu estou falando, é a vida de cada um de nós.

Cada um de nós está numa estrada. Mas o que é preciso saber é: COMO É QUE ESTÁMOS CAMINHANDO NESSA ESTRADA?


A estrada da nossa vida é chamada à existência, conforme o meu caminhar, a estrada é formada conforme o meu andar.

No caso de uma estrada real se nós formos andando, seja a pé, bicicleta, … dado o tempo e o espaço, chegamos lá. Todavia, o caminho espiritual não é assim. Você pode ter toda a informação de que Jesus é o Caminho, mas se não andar conforme o Caminho, você não está no Caminho.

A estrada física, como eu disse, não muda com os caminhantes, mas a estrada espiritual é feita pelo caminhante.
Lucas 10;30 A parábola do bom samaritano ilustra perfeitamente o que estou querendo dizer. O que temos ali é um caminho, uma estrada, que ia de Jerusalém para Jericó... mesma estrada... está fixa lá até hoje.

Naquela estrada aconteceu uma coisa que envolveu cinco pessoas. Uma mesma estrada, cinco caminhos diferentes, uma mesma estrada que foi alterada, um mesmo chão que mudou de acordo com o caminhar de cada um.

O primeiro homem que nós encontramos naquela estrada é um homem honesto, que saiu de casa e foi trabalhar. E no caminho ele foi deixado - assaltado, ferido, roubado largado, caído e deixado ali abandonado. Caminho de um homem honesto roubado e largado na estrada. A estrada para o primeiro homem era um meio de vida e ele caiu nela.

 O segundo homem nessa estrada, é o assaltante. Na mesma estrada, um segundo caminho, um caminho de violência, de expropriação, de covardia, de aproveitamento, de roubo, de engano. Um homem que fez o seu próprio caminho era um caminho do aproveitamento e do engano

O terceiro homem, um sacerdote, na mesma estrada um terceiro caminho. O sacerdote vem e olha o homem, passa de largo, segue o seu caminho, um caminho da indiferença, o caminho da incapacidade, o caminho daquele que tem a sua agenda tão definida, que não tem espaço para mais nada. Esse é, sobretudo, o indivíduo que achava que a finalidade de cultuar a Deus num lugar sagrado, cumprindo uma liturgia, lhe era mais importante do que a parar para exercer a misericórdia com aquele que estava ali deitado, ele é indiferente à vida. Uma mesma estrada, um outro caminho.

O quarto homem que passa na mesma estrada, um levita. Ele viu o sacerdote passar e não fazer nada, e não fez nada também. Assumiu o caminho da omissão, deixou a vítima, fingiu que não viu, absteve-se, e foi-se embora insensível ao sofrimento. Ele sempre olha para quem ele acha que lhe é superior na hierarquia, e diz: "Se ele não fez, porque que eu tenho que fazer".

 O quinto homem. Mesma estrada, um quinto caminho. Era um samaritano odiado pelos judeus, detestado pelo sacerdote e pelo levita. Mas ele ao passar, olha, e socorre, cuida das feridas e trata. Leva-o consigo e o deixa numa estalagem e diz para o estalajadeiro para cuidar dele que pagaria tudo. Mesma estrada, um quinto caminho: caminho da misericórdia. É o lugar onde a graça pode se manifestar e aonde o amor de Deus pode ser demonstrado.

Uma única estrada com caminhos diferentes. Isso, nos, ajuda entender e a discernir uma coisa fundamental para nós hoje: O caminho é chamado à existência pelo modo como eu ando.


COMO FAZER NOSSO CAMINHO PELA ESTRADA?

1- Ter um coração que ama e anseia por Deus.
 Ter um coração que ama e anseia por Deus é a primeira coisa. Pessoas amarguradas vão pisar em chão de amargura, qualquer que seja o caminho. O salmo fala de um coração amoroso. "Quão amáveis são teus tabernáculos, a minha alma suspira e desfalece, o meu coração e minha carne exultam pelo Deus vivo". O que temos aqui, é um coração que ama Deus.

2- Qualquer que seja a estrada pode virar um caminho bom e um caminho de Deus, se eu ando com a segurança de quem, é capaz de encontrar poiso, refúgio, agasalho, apenas em Deus.

Verso 3: "O pardal encontrou casa, e a andorinha ninho para si, eu encontrei os teus altares Senhor dos Exércitos". Essa segurança de quem poisa no ninho de Deus, Deus é meu refúgio. Muitas das vezes a estrada se torna insuportável é porque muitos vivem fantasiando, e criando e projectando, e imaginando coisas e cenários e situações que não são reais. Vivendo de aparências e não da realidade bíblica

Senão não carregarmos em nosso coração o caminho da vida, que é Jesus, tudo vai morrer e desaparecer diante de si. O coração encontra significado no caminho quando ele diz para si mesmo: "Eu não tenho bem nenhum senão a Ti Senhor. Tu és meu refúgio".

Quando Deus é o meu refúgio, quando Nele eu tenho meu tesouro, então nada me faltará. Quando o meu coração anseia por Deus e que todo meu sentido de segurança, de agasalho, de carinho, de conforto, de aconchego estiver Nele, não importa qual seja a estrada, vai tornar-se um caminho de vida abençoado.

3 - A estrada se transforma num caminho de vida quando eu carrego dentro de mim o louvor a Deus

Verso 4: "Bem-aventurado Senhor os que habitam em tua casa, louvam-te perpetuamente".

Quando levamos uma vida de louvor olhamos a vida com outros olhos.

4 - A estrada torna-se caminho de vida, quando eu levo dentro de mim a atitude de quem transforma vales áridos em mananciais.

Versos 5 e 6: "Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração se encontram os caminhos aplanados, o qual passando pelo vale árido faz dele um manancial, de bênçãos o cobre a primeira chuva".

Andar no caminho de Jesus tem que produzir resultado. Se sou de Jesus e na hora de passar no vale árido, vou transformá-lo num manancial.

Se eu não tiver dentro do coração: a visão, a imagem, a fé, a certeza, a esperança de que eu posso cavar poços no deserto, porque Deus na sua Graça vai enchê-los, vai chover sobre eles, a minha estrada vai ser sempre uma estrada de morte, de amargura, de frustração, de decepção, de perda, nunca será caminho de vida, jamais.


 Mesma estrada, mas o caminho pode ser diferente. Estou dizendo isto porque todos os dias ouço pessoas dizendo que são de Jesus, mas você olhamos para a sua vida e em nada reflecte a vida de Jesus

Jesus alerta-nos para não se agarrarem as coisas deste mundo pois correm o risco de perder a alma e o coração

As coisas deste mundo estão ao nosso serviço e não nós serviço delas, e muito menos as tendo como bens do nosso ser. Fazer isso é caminho de destruição, mas eu fico vendo as pessoas dizendo: eu tenho Jesus, eu sou alguém que crê nele, mas não vemos os resultados, não aparece nenhum resultado.

5 - A estrada torna-se caminho de vida, quando eu levo em mim a consciência de unidade como mandamento da jornada.

Ou seja, não estamos andando sós, eu preciso de ti, e tu de mim, é nessa troca mútua que nós vamos caminhando. É um ajudando o próximo. Na estrada, infelizmente, o que mais encontramos é quem pode passar põe cima do outro, julgando os outros, medindo os outros, avaliando os outros, por isso que não é caminho.

 Quando avançamos pelo caminho “ajudamos uns aos outros dizendo: “Sê forte!”

No caminho um levanta o outro.

No caminho não queremos saber, quem é a pessoa caída, só queremos saber que ele está caído.

No caminho o samaritano é o herói da história no amor e na misericórdia. E ele não fez perguntas.

No caminho não existe discussão religiosa, no caminho ninguém diz: "Tens aceitar Jesus antes de eu te poder ajudar?".

No caminho ninguém diz: "Os assaltantes o assaltaram porque não estava com o anjo do Senhor acampado ao seu redor".

No caminho levantamos, cuidamos, não fazemos perguntas, carregamos.

No caminho não tem “eu de A ou eu sou de B”, não tem gabarolas, não tem só conversa, tem acção, tem amor, tem misericórdia, tem graça, tem vida, tem gesto.

6 - A estrada torna-se caminho, quando temos a certeza, de que há o Deus de Poder na nossa vida e de graça nesse caminho.

Os versos 8 e 9 diz: Senhor Deus dos Exércitos, do poder, escuta minha oração, presta ouvidos, ó Deus de Jacó.

No caminho, eu sei que há poder e há graça, isso é facto. E bem-aventurado é aquele que crê e toma posse.

7 - A estrada se transforma no bom caminho quando eu ando com a certeza de que Deus é a luz do meu caminho, é o escudo, é a protecção da minha caminhada.

E que Nele eu posso confiar sem duvidar, porque Ele não oculta sua graça a mim, nem a ninguém. E a provisão de Deus para mim é sempre boa. Aquele que estiver andando no caminho recto e pisando no chão da graça e da misericórdia, esse vai dizer: "O Senhor Deus é sol e escudo, o Senhor dá graça e glória, nenhum bem sonega aos que andam rectamente. Ó Senhor dos Exércitos, feliz o homem que em Ti confia".

 CONCLUSÃO

O Caminho gera Verdade, e a Verdade gera Vida. Jesus é o caminho a verdade e a vida

O caminho de Deus é caminho de graça, de misericórdia, quem olha a vida com graça, bondade e com misericórdia, e jamais ficará amargo.

A verdade é que nós só começamos a mudar o deserto em manancial quando vivemos numa permanente comunhão com Deus.


“... o qual, passando pelo vale árido, faz dele um manancial; de bênçãos o cobre a primeira chuva”. Cave o poço, que vai chover bondade em sua vida, em nome de Jesus!